segunda-feira, 1 de abril de 2013

sou - nós

São jujubas e a companhia inseparável de mim mesmo, um som cautelosamente selecionado tons e timbres que parecem me assustar. Mas o que afinal não nos assusta quando se está escuro? É noite! Margens, letras, papéis e rabiscos. Escolhas. Pontuação. Teorias e uma boa revisão. O estudo se completa a mente vagueia novamente, os pensamentos são altos e hipérboles. O quê? O quê se faz quando se estorna as preocupações e tudo está livre de novo?! Ah, surge as histórias e o diário de alguém se põe a dizer, a fazer-se presente. Existe saudade, lembranças e vontade de querer de novo! Tem receitas e tem cheiro de bala côco. Sou mais um, onde suas escolhas enfeitam em vão uma coragem sucinta, mas pequena, existe e está escondida onde o elo se transforma em sangue. Não, não somos máquinas (que bom seria). Sou ser, carne! - Ah, bendita seja a complexidade - 

☂ Hoppipolla ・゜ from ladyanonymous on 8tracks Radio.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Do avesso


Sua mania de interpretação anda furada.
Sua maneira de observar anda em queda, feito pedra atirada ao poço.
De maneira consciente falo com o olhar e sequer pode olhar para eles com o afeto digno
     esperado por mim.
Sei ser eu, e mais nada.
Sei amar, e fantasiar o mundo diferente de todos.
Sei forjar a realidade e idealizar o próprio filme perfeito pra dois.
Sei escrever o que os sentimentos mais benévolos escondem para si.
Sei caminhar e refletir num sorriso a gratidão de um carinho conciso.
Sei mais que ninguém analisar seu sorriso e entender o que por trás está escondido.
Só não sei ser adulto, isso eu já tentei.
Não sei também compreender o seu raciocínio lógico.
Talvez consiga alcançar o seu coração e de fato ficar perdido ao tentar absorver o que passa
     em sua mente.
Fico triste.
Tentei ser eu mais uma vez.
E outra vez perdi.
Perdi a chance de ser pra valer.
Prefiro não ser eu na hora de me apaixonar.
Cansei de mim e de minhas escolhas.
Cansei de ser uma página única.
Da maneira peculiar que soa de mim a verdade, só adverte o que se esconde.
Da minha maneira não dá.
Os sentimentos merecem ser guardados, trancafiados e isolados.
Merecem ser felizes, sem mim.
Vou virar-me do avesso.
Não vou ser errada, o avesso de mim é, talvez deixar de constantemente amar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Crônica Nº. 3


Crise na Vida S.A.

Falar da vida é complicado. Eu nunca em toda a minha lúdica história consegui definir o sistema mundial gerenciado por uma companhia chamada Deus, que volta e meia oscila em suas ações voltadas a perdas e ganhos, a vida S.A. que se desenvolve conforme os acionistas a administram e como toda firma, ela também entra em crise e por motivos adversos pode ser mais uma na lista das que declararam falência.

Há quem gerencie a sua própria ação de uma maneira influenciada por outros, tem aqueles que a organizam de forma invejável almejando a metade daquele que ao lado contabiliza a renda de sua ação na empresa multi, vida S.A. Tem aqueles que bombardeiam a suas de dividas e coisas ruins, e logo perdem o poder da administração. Tem os charlatões, os que roubam e os que administram as dos outros acionistas e esquecem-se das suas, uma espécie de hierarquia de mercado.

A base desta empresa tão conceituada se encontra num lugarejo chamado Terra, lá encontram-se os acionistas em suas pacatas residências, acredita que sair de seu aconchego e frequentar uma rotina por uns números em suas retrógradas contas bancárias seja considerado algo útil. Mas, tem que ter um jogo bem maior para ser um acionista na vida S.A. tem que ser mais que eficiente, só almejar não é suficiente. E para alguns existe um lugar em que você tem mais vantagens do que na Vida S.A., como o seguro de vida divino, uma recompensa belíssima se sua “vida” for de grande produtividade, além de descontos em diversos estabelecimentos cósmicos.

Para obter estes e entre outros beneficio é necessário vender sua ação a concorrência, sua localização nunca é encontrada só se sabe que seu nome durante milênios se encontra no topo da lista dos mais ricos na Forbes magazine. E não é inédito não, mas dizem que quem vende sua ação a ela, nunca volta para reclamar. A empresa de grandioso porte é privada e gerenciada por ela mesma, não possui nenhum funcionário, sim, ela mesma faz todo o serviço, basta o cliente assinar o contrato e pronto! O nome da companhia, já ia me esquecendo, é Morte.

Mas, ter uma ação na vida S.A. é de status, digamos que seja corriqueiro, e geralmente quem vende a sua (o que tem se tornado constante) nunca volta para reclamar ou sequer compra novas ações na vida. O fato que está levando a uma crescente crise na vida S.A. que anda abalando a todos os acionistas, desde os mais novos aos mais antigos, é que a morte tem crescido seu gráfico enquanto a vida cansa-se de planejar estratégias.

Há boatos de que a vida S.A. esteja migrando para um novo ramo por que essa coisa de vida não “tá” pra ninguém, a Morte “tá” detonando. E especulações maiores dizem que existem possibilidades de a Vida S.A. migrar de base e tentar do zero em outra localidade. A Falência da vida gera lucros a Morte. E a culpa é dos próprios acionistas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Súbitos

Não tem que visualizar o texto, tem que odiar e rejeitar da maneira mais crua.

Tem que "não dar mínima" e não aproveitar absolutamente nada, você se dedica horas e é levado despercebido. Não me importo, não quero que gostem de meu estilo por parecer normal ou natural de se ler, quero simplesmente alcançar da maneira que me distraio nesta tentativa de esboçar uma ideia em forma textual.

Não me concentro na grafia, na pontuação ou na falta de informação, um sentimento exprimido no texto tem de ser posto a visualização no imediatismo, tem que ser vinculado ao universo tão logo. Calar-me pelo fato de não ser observado ou por não agradar a "gregos e troianos" (continuo a observar o horizonte).

Só irei continuar esta mania incansável de brincar com as palavras poi me recompõe de maneira incentivadora à vida. só que aos poucos o que rotina vai se tornando, vai prendendo-me a mim de uma forma que nem a mim suportaria.

Tento me cansar de um todo para não cansar tão fortemente do meu eu.

Me encontro súbito, súbito de tudo, vou dar um pausa na escrita,  o que sinto nem tem agradado tão, tão assim.

Dead.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

É para existir?

Somos tão cruéis de maneira tão boa.
Nos matamos aos poucos, por tão pouco.
Não é pouco, mas para eles, são migalhas (considero).
Acho que tudo se confunde numa simples ilusão de guerrear.
Em uma batalha sua, pela conquista, de um coração.
Um coração para ser tomado, é de uma disciplina infindável.
E quando na verdade o que queremos é a troca de sentimento, a troca de amor.
Neste tipo de guerra a perda precede até mesmo o sentimento de existência.
Não se pode perder, mas também, não se pode obrigar um coração a amar.
Então sumir aos poucos tenha lá seu fascínio.
Eu queria poder sumir, pois nesta batalha, a perda está me consumindo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Crônica nº. 2


O sentimento sentido

Há obstáculos, sabemos. Mas, consigamos decifrar seu tamanho, sua dimensão e proporção? Não sei se quero realmente identificar qualquer sinônimo inquieto que vire e revire o intimo humano. Decido me calar e sofrer de forma anônima, acreditando na breve passagem, como um trem no metrô. Às vezes queria poder perder este trem.

O que está acontecendo? É a dor, entrando na veia e sucumbindo o mártir de cada um. É quando uma tragédia vem e a “capa” envolta de pele e osso, se esconde detrás de algo que bate no intuito de sobrevivência, mas, que na verdade, é sensível é tocável.

Se existe “corações de pedras”, que estes não residem no país dos brasileiros (espero assim). O que se reúne aqui é amor conjunto e sentimentos de pesar (acreditemos). Lágrimas verdadeiras. E o que dizem, é o contrário do que pensam da maneira mais racional, na forma de criticas no intuito de se pré-julgarem, colocando em pauta o debate do que poderia ser evitado, deixando desvanecer os motivos que relevam a situação: seres humanos morreram de forma cruel, e embora seja necessário, não é tão relevante para a situação precisamos pensar-nos que se foram.

Só acredito que seja necessário nos preocuparmos com a dor de muitas famílias brasileiras. Meu Deus! Estamos falando (vivendo), de uma situação que mais poderia ser considerado um massacre, e que o futuro para mais de 230 jovens foram deixados naquele momento em que o que mais queriam era se divertir, munidos de amigos e ideias divertidas.

O luto é contra a variável afetiva que é cronometrada em momentos de abraços e confortos, mas a perda é para sempre. A repercussão é grande, mas o apoio e a proteção vinda de Brasília se adéqua ao sentimentalismo de um povo que se envolve quando os seus é atingido de forma horrenda.

De onde vem tal dor? Que a dor sinta sua própria dor, e que nos deixe! Não, ela não vai nos deixar, pois sabe que nós, pobres de coração indefeso, somos como seu elixir da juventude, ela se mantem através de nós.

Tudo acontece, devemos ter ao menos uma pequena dose de consideração diante de nosso país. Não devemos contestar o sentimento do povo, eles estão desolados e chocados. Precisamos dosar está capacidade humana de se irritar por outros serem tão irreais. É de cada individuo ter ou não sentimentos. E que as criticas sejam voltadas aos maiores, assim que todos aconchegarem suas cabeças em seus travesseiros. Os pequenos, em partes, abalados, não merecem tais criticas, se os sentimentos falam por eles.

Que saibamos entender os sentimentos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Crônica nº 1


Como tudo começou

Eu era raquítico, confuso, meio conturbado, ideias diferentes e mente aérea. No sei como, mas devido às circunstancias, naquela pequena cidade fui parar. As pessoas eram conservadoras, mas a fofoca e conversas alheias eram um prato cheio para as senhoras de idade que perambulavam pelas ruas. Todos se conheciam, todos se cumprimentavam e eu passeava pelas ruas como um inquilino insatisfeito, cabeça baixa ou fone de ouvido viajando pelas canções de um pop esquecido. O divertido era acordar ao som do galo preso numa gaiola imensa no quintal ao lado, a vizinha era Joana e guardava, além do galo, um papagaio que todo fim de tarde cismava em gritar palavras desconexas. No que se dispunha a fazer na cidade era bem limitado ou se dedicava ao bom livro e seus devaneios complexos, ou se martirizava no calor da cozinha. Ha! Iria me esquecer, você também tinha como opção suprema sentar-se ante a tevê e iludir-se com as telenovelas e seriados. Sim, na pequena cidade havia sinal de tevê a cabo. Mas, nunca foi meu “forte”, televisão, é muito constante, quando se apega, duram somente alguns capítulos e você sente falta, é como se criássemos um filho com o decorrer do assistido, e de repente, quando o autor, diretor e atores decidem, tomam-no de você, e tudo como se não fizesse falta. Por ser também muito seletivo, isso me intriga em muito, quase não vejo tevê por opção, mas é claro que se ela estiver ligada e algo me interessar, dedico-me alguns pequenos minutos àquela apresentação. Fora estas opções “estrondosas” de entretenimento, havia uma de que mais me saturava, ir à escola. Biologia sempre foi meu fascínio mais a professora era atoa de mais, me deixava inquieto, tinha vontade de ir à frente, e explicar a lei de Darwin da maneira certa. História, eram filmes e mais filmes, a professora era uma graça, tinha um estilo meio “sapatão”, mas era casada e esperava um neném. A de matemática era “velhinha”, só fazia gritar e gritar, suas aulas eram estressantes e a matéria voava em meio a sala de um azul nauseante. Todos a adoravam e tinham um carinho por ela, mas zombavam o quanto podiam de seu rostinho miúdo com imensos óculos “fundos de garrafa”. Eu tinha pena. A turma era animada, faziam suas bagunças e no canto da sala na última cadeira, encontrava-se eu. E quando a aula era de Língua Portuguesa, o universo linguístico esperando por um renascimento instigante em minha mente, se posicionava numa galáxia repleta de letras expurgando saberes. A professora tinha carisma e tudo que ela falava carregava um tom mais que intelectual, sua filosofia era invejada por um aluno “raquítico” e estranho. Eu consegui me apaixonar pelo realismo, romantismo e cubismo. Até a ortografia me fazia delirar. Para alguém, como eu, que pensara em não ter nenhum dom, posicionei-me incrivelmente, descobri-me, na aula de Português, que escrever era o que tinha de melhor em mim. A cada redação uma biblioteca se formava em meu caderno, eram referencias, era o auxilio da professora adorável, e as palavras instigando-me a escrever e escrever. Ela tinha o dom, e conseguia passa-lo de maneira pacifica e singela. Foi nesses seis meses de vivência num lugarejo distante, que me apossei de algo que me fez tão índole, mesmo que minha persona ainda não seja tão eficaz, decorei-me de algo que amo, escrever é o que sei. Escrever é o que amarei para sempre. Agradeço a professora Lilian, por me ajudar a posicionar-me nessa escolha que me trás sempre aqui.

Ouso em escrever-me.